sexta-feira, 2 de maio de 2008

A Borboleta Invisível (Capítulo 7)

Mas como encontrar a Borboleta Invisível? Se ela morava naquela mata, em qual toca dormia? Aliás, borboleta dorme? Borboleta mora em toca como os coelhos? Tantas perguntas... E nem seu avô nem o "Pai do Conhecimento" estava por perto para lhe dar a resposta a tantas indagações. Era muita falta de sorte! Mas o menino não desistiu e continuou ali na floresta, tentando enxergar a Borboleta Invisível.
As horas foram passando, a "noite foi chegando devagarzinho com seu manto negro, salpicado de estrelas", e antes que sua mãe brigasse e o deixasse de castigo por chegar atrasado ao jantar, o menino resolveu ir embora. Contudo, ele se prometeu continuar na manhã seguinte à procura do ser que lhe bafejaria com a sorte.
Chegando em casa, o neto foi procurar o avô para esclarecer várias questões que lhe surgiram enquanto estava na floresta. A conversa foi longa.Só houve uma parada durante o jantar, pois o pai sempre insistiu que a hora de comer era sagrada e que todos deveriam se concentrar no alimento, agradecendo ao Pai Maior. Nunca o silêncio à mesa incomodou tanto o guri. O avô, que sempre foi de comer compassadamente, saboreando a gostosa sopa que a filha havia feito, parecia mais lento do que os dias normais. Mas até que a refeição acabasse e o garoto pudesse continuar a prosa com o querido senhor de cabelos brancos penteados para trás, que tinha os olhos dos mesmos tons que os seus, pareceu uma eternidade. O nono lhe explicou que era difícil conseguir enxergar a Borboleta Invisível, porque ela era muito arisca e nem todo mundo conseguia vê-la; que só aparecia para alguns privilegiados que conquistassem sua confiança; que o neto deveria ter paciência e ganhar sua amizade, para que ela se sentisse segura ao seu lado. "Para se confiar numa pessoa, é preciso comer um quilo de sal com ela. Todo dia um pouquinho", sentenciou o sábio ancião.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, hoje só passei para conhecer o blog. Volto outro dia para ler a seqüência de texto da "Borboleta".
Abraço.
Aguardo sua visita.

Helena Fontoura disse...

essa borboleta nos faz pensar...
quem seria? pode ser qualquer coisa que sua autora e seus leitores desejarem; que é uma história envolvente não tenho dúvidas...
bjs e carinhos, Lena