segunda-feira, 28 de abril de 2008

A Borboleta Invisível (Capítulo 5)

O moleque, como todo garoto que se preza, sempre quis ser pirata. Mesmo nunca tendo visto o mar de perto, seu avô lhe dizia da imensidão e da profundidade inigualáveis do oceano. Seu sonho era conhecer as terras distantes que seu nono vivia a lhe contar. Terras onde existissem neve e montanhas tão altas que não daria para ver o topo escondido lá em cima, entre as nuvens. O garoto sonhava em fazer uma longa viagem, tendo sempre a tiracolo o avô, sua coleção de pedrinhas e mais meia dúzia de bugigangas que ele considerava essenciais para a sua vida. Coisas que qualquer menino carregaria para onde quer que fosse.
E ele pensou, pensou, pensou... passou a tarde inteira na porta da cozinha, sentado nos degraus, atinando uma maneira de conseguir ver a Borboleta Invisível. A mãe logo foi ver se ele tinha febre ou algo parecido. Sim, porque, espevitado do jeito que era, só se estivesse muito doente é que ficaria quieto, num canto qualquer. Mas ele não tinha febre. Não a febre que a mãe pensava, mas sim um desejo intenso de ver a Borboleta Invisível!
A noite chegou e as estrelas surgiram lá no alto, as luzes da casa foram se acendendo e o menino continuava na porta da cozinha, pensando num jeito, tentando atinar uma maneira de conseguir realizar o seu desejo.
A mãe o chamou, o pai também, mas ele só entrou depois que o avô sentou-se na porta junto com ele, aconselhando-o que fosse jantar e depois dormisse, pois saco vazio não pára em pé e nada melhor do que uma boa noite de sono para "desanuviar" as idéias.
Como tudo o que o nono falava dava certo, o moleque seguiu seu conselho.

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