segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Diário de bordo - IX parte

ATENÇÃO: Esse é diário que elaborei para a aula de Formação do Leitor da Faculdade de Letras. Adorei cada minuto que tive estudando esse assunto e gostaria de compartilhar com você, pois além de ser um diário de bordo, há também uma reflexão sobre vários assuntos.

Rio de Janeiro, 2 de abril de 2008.

Na décima aula de Formação do Leitor, analisamos as versões dos textos de Antonio Callado e Lygia Fagundes Telles para a história de Machado de Assis.
No texto do Callado, minha interpretação foi correta. Consegui ver que no texto há um narrador onisciente, e que a sogra entra em alguns momentos; que o autor sai do texto do Machado, e ao fazer isso, descortina esta personagem, abrindo um universo não desbravado pelo autor.
A visão não mais tão moralizante da sogra humaniza o personagem. Callado reconta o universo de Machado, num desejo de fidelidade Machadiana.
Durante a aula, levantou-se a hipótese da velha ser como se fosse uma voz arcaica de Capitu. Achei isso muito interessante.
Consegui ver tudo isso na narrativa de Callado, mas no texto da Lygia foi um grande fiasco! Entendi tudo errado, e me senti uma grande burra! A Ana ainda tentou consolar-me, dizendo que não existe errado em interpretação. Pode ser. Mas o correto é que me senti uma grande burralda.
Entendi que a autora tinha colocado as empregadas para fofocarem sobre as questões familiares dos patrões. Acho que isso aconteceu porque me deixei contaminar com a situação. Quando comecei a ler as versões pensei: “Se tivesse que escrever um ponto de vista seria o da mulher, ou então colocaria alguém de fora, como uma empregada para abordar o assunto”. Acredito que tal pensamento tenha contribuído de alguma forma para que minha visão ficasse contaminada, e assim não pudesse ler da maneira correta. Essa é a minha única justificativa para ter errado tanto.
Ok, admito: sou perfeccionista!
Tenho uma amiga que garante que não há mal nenhum em buscar a perfeição. O mundo chegou onde está porque as pessoas quiseram a perfeição da roda, com isso inventaram o pneu e o homem já chegou à lua. O meu problema é que sofro por não ser perfeita. Tenho trabalhado essa questão, estou melhor, mas ainda sofro por não ser perfeita.
Esta amiga, muito querida, disse: “Não busque a perfeição, e sim o progresso”, ela aconselhou. Desde então, estou tentando.