sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O amor (*)

Mas o que é o amor? Disse o poeta que "o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente entre a gente". Mas somos todos capazes de amar? Existe amor incondicional neste mundo, onde o mal parece imperar dos dois lados do hemisfério?
Ah, você dirá que sim! Afinal as mães estão aí mesmo para provar o quanto se pode amar.
Disse outro poeta (como você pode notar, eu adoro poesia) que amar é um verbo que se conjuga no intransitivo. É verdade. O amor, o verdadeiro amor, é intransigente, não se negocia, tão obstinado que às vezes vira burro.
Tantos poetas, filósofos e bebuns podem dizer coisas tão mais bonitas do que esta que lhe escreve!
Sinceramente, meu querido, não sei o que é o amor. Sei que ele mora no meu coração quando vejo uma foto dos meus pais, quando recebo algum e-mail de um amigo ou mesmo quando leio um texto de Shakespeare – não importa se tragédia ou comédia. Nesse momento, sinto o amor pulsando em meu ser. Ah, o amor me invade, quando vou ao cinema, e lá na escuridão da sala, aquela tela imensa me absorve! E olha que nem precisa ser filme romântico para sentir tal sentimento!
Vou repetir o que meu tio Plínio sempre me disse: o amor não se explica, se sente, e quem o abriga no coração tem a existência mais rica, é feliz, mesmo enfrentando todos os entraves que a vida traga – e ela, acredite, sempre traz.

(*) Texto inspirado no poema de "Claro enigma" de Carlos Drummond de Andrade