domingo, 24 de fevereiro de 2008

Ah, que falta que um rabo faz!

A evolução de Darwin diz que todo homem descende do macaco. Não desacredito desta afirmativa, diferentemente das beatas que ainda proliferam em pleno Século XXI. Tem gente que crê que a maçã não é apenas um símbolo do pecado, mas o próprio.
Deixando o desconjuro de lado e me atendo apenas ao fato de que a ascendência humana vem de um primata, realmente é lamentável que no meio da cadeia evolutiva tenhamos perdido aquilo que considero primordial: o rabo.
Ah, que maravilha seria ser portador deste membro – se é que posso classificá-lo como tal – e que, apesar da evolução científica, tanto faz falta nas atividades humanas hoje em dia! Acredito que o mundo é o que é hoje porque não temos um rabo. Imagino Freud tendo que refazer suas teorias como aquela que diz que toda mulher tem inveja do falo do homem. Nós mulheres não teríamos o desconforto da inveja, a igualdade “rabística” prevaleceria entre os sexos. Um mundo novo se descortinaria, certamente.
Fico imaginando os diferentes tipos de rabos que cada um carregaria. Eu, particularmente, ia querer que o meu rabo fosse semelhante ao do Capitão Rodrigo, um gato vira-lata da vizinha que foi adotado por minha mãe, que o rebatizou para o nome do personagem de Veríssimo. O rabo do felino era lindo, lindo.... todo branco, e como carregava na ascendência a estirpe de um fidalgo angorá, seu rabo além de ser alvo como algodão era também volumoso! Já pensou que maravilha seria ir à praia com um rabo deste tipo?!
Peraí, uma coisa me ocorreu agora: será que no rabo de nós pobres mulheres mortais também haveria a praga imemoriável da celulite? Vixe! Tomara que não! Mas como as conjecturas são minhas, fica decretado que no meu mundo “rabístico ficcional”: em rabo de mulher não teria celulite. Cumpra-se.
Fico imaginando também os diferentes tipos de rabos femininos e masculinos. Creio que nas mulheres também haveria a praga dos rabos com as famigeradas chapinhas a alisar e uniformizar suas texturas. Um grande desperdiço, devo lamentar, porque assim como o cabelo da cabeça, acredito que o cabelo (ou pêlo, como queiram) do rabo seria importante permanecer com suas características próprias, e a diferença e autenticidade é que o tornaria singular e original.
Claro que como vivemos num período no qual se busca o politicamente correto – que convenhamos é uma chatice, pois além de tudo traz no seu bojo uma grande forma de preconceito não verbalizada – haveria rabos também antenados com a situação vigente.
Será que haveria alguma campanha do tipo: “salve os rabos dourados” semelhante ao que volta e meia se faz com algum animal silvestre que corre o perigo de extinção?
Ah, e os pobres dos carecas! Imagino que a natureza para compensá-los decretaria que por mais testosterona que o homem tivesse, ele nunca perderia os pêlos ou cabelos dos rabos.
Claro que como teriam os radicais, que iam querer se diferenciar dos demais, sempre haveria aqueles que raspariam o rabo e ali colocariam diferentes tatuagens e piercings ao longo do membro. Haveria igualmente os mais meigos, rabos adolescentes: um rabinho com chiquinhas, fitinhas, e tudo muito feminino e cheio de flu-flu. Muito fofo!
O grande perigo seria em Brasília. Logo surgiria uma lei ou moda, sei lá, que impusesse que todo aquele que almejasse um cargo político teria que extirpar o rabo. Uma forma de coibir as falcatruas, dólar na cueca e cia. Sabe como é... político vive de rabo preso e a comprovação visual deste fato já seria por si só incriminador.
É... como a humanidade perdeu ao longo dos séculos por não carregar um rabo! Tudo seria diferente se nós - mulheres e homens - carregássemos ainda este membro perdido na primeira infância da humanidade. O mundo cresce, a ciência evolui, mas até o momento...o rabo ainda é motivo de divagação de uma estudante universitária. Uma pena! Mas – tenho que confessar – que ainda carrego um fio de esperança. O Projeto Genoma está aí. Quem sabe os cientista não se animam, né? “Tumara”!