terça-feira, 6 de maio de 2008

A Borboleta Invisível (Capítulo 9)

E, assim, a cada amanhecer, o menino voltava à mata e aprendia um pouco mais daquele ambiente que pouco a pouco se ia revelando. Um novo mundo se abriu para ele. O guri começou a conhecer cada flor, cada folha, cada curva do rio que atravessava a densa floresta e agora não estava apaixonado apenas pelas borboletas, mas por todo aquele universo verde que tinha perto de casa. O interesse era tanto, mas tanto, que o avô, sempre ele, encomendou da capital – onde havia o mar que o menino queria conhecer com o tesouro que a Borboleta lhe traria – um livro grande, grosso, de capa dura e marrom, contendo os desenhos de várias borboletas. Parecia que todas as borboletas que existiam no mundo estavam ali retratadas. Menos uma, é claro. Como seu avô tinha lhe explicado desde o início, poucos, bem poucos conseguiam enxergar a Borboleta Invisível.
No final, de tanto lidar com o livro, o menino já sabia distinguir cada uma das borboletas que lhe apareciam pela frente, quando sentava no meio da floresta e admirava o ambiente. O avô, incentivando o interesse do neto, resolveu encomendar dois novos livros da capital: um sobre as árvores e outro sobre os pássaros. Os dois tinham capa dura também, só que eram verdes e um pouco mais pesados do que o primeiro.
A mãe do menino bem que quis ensaiar um protesto contra a ausência dele em casa e nos pequenos afazeres domésticos, mas o sábio avô lhe disse: "Deixe estar. Ele está aprendendo a amar a natureza". Como boa filha , a mãe do guri acabou obedecendo ao velho pai.

Um comentário:

Simone Martins disse...

Lindinha! Sempre te considerei uma escritora/poeta nata e j� era sem tempo de sair do casulo. Viva as novas tecnologias que auxiliam a arte, preciso de umas dicas com voc� pois minhas poesias estao amarelando de guardadas.
Parab�ns pelo lindo texto e obrigada por dividir sua criatividade.