sábado, 26 de julho de 2008

Diário de bordo - IV parte

Rio de Janeiro, 12 de março de 2008.

No quarto dia de aula, tive a oportunidade de ler o meu diário. Parece que a Ana e os alunos gostaram. Fiquei feliz porque assim pude sanar a dúvida se estava ou não escrevendo certo. Seria ruim se estivesse fazendo errado e só descobrisse isso lá na frente.
Durante a aula, os grupos falaram das suas interpretações das imagens, aquelas que na aula anterior tinham mensagens em hebraico e japonês, lembra? Pois é.
Foi interessante o exercício porque os grupos mais ou menos tiveram conclusões semelhantes. Só senti falta de uma coisa: pensei que depois a Ana fosse apresentar as traduções. Isso não aconteceu. Uma pena.
Depois a professora falou sobre a leitura descritiva, projetiva, contexto, estranhamento e reconhecimento. Tudo isso ainda baseado nas imagens que tinham textos hebraicos e em japonês.
Ana falou também sobre o dicionário ser apelidado no Brasil de Pai dos burros. Ela está certa ao dizer que tal alcunha é uma maneira de brecar a literatura. Realmente, a falta de incentivo à educação no Brasil é algo que assola o país desde que Cabral desceu na Terra de Santa Cruz. Tivemos que esperar cerca de 300 anos para termos o direito de imprimir qualquer coisa. Porque o rei de Portugal saiu de fininho por causa de Napoleão é que conseguimos ter a primeira imprensa (máquina de imprimir).
O Brasil tem autores maravilhosos, e isso aconteceu pela obra e graça de Deus, porque se fosse para os homens aqui olharem (lê-se autoridades)...estaríamos perdidos. Quando estava no ginásio, o professor Afonso dizia que deveríamos estudar inglês para poder ler Shakespeare no original. Pois eu digo aos gringos: aprendam português para poderem ler Nelson, Drummond, Leminski, Bilac, Alencar, Macedo e Rosa, para citar apenas alguns. O que não falta no Brasil é talento, apesar dos pesares e da falta de incentivo das autoridades.

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