quarta-feira, 16 de julho de 2008

Diário de bordo - II parte

Rio, 5 de março de 2008.

Hoje foi a segunda aula da Ana. Foi boa. Ela apresentou o calendário do curso e disse que não haverá aula no dia 7 de abril. Para os dias 14 e 16 de abril, a professora está programando que suas alunas de mestrado estejam nos dando aula.
A professora também pediu que lêssemos os textos referentes ao diário das aulas, conforme já havia solicitado na primeira aula dizendo que a cada encontro um aluno seria sorteado para ler o seu diário. Alguns colegas levaram textos referentes a diário. Teve uma menina que leu o seu, um rapaz leu um texto que se referia ao livro de Bernardo Carvalho (acho que era esse o nome do autor). Eu também participei. Falei sobre minha experiência de escrever diários na oficina que fiz com a Pina, e li o texto que escrevi sobre o diário de uma mulher de 78 anos. Foi bom, mas fiquei nervosa. É difícil eu ficar nervosa lendo alguma coisa, mas fiquei e nem sei o porquê. Deve ser porque ainda não me acostumei com a turma.
Depois, Ana falou sobre as características do leitor, lemos o folheto Direito imprescindível do leitor, gostei muito. Interessante os tópicos divididos pelo autor, como o direito de pular páginas, de ler qualquer coisa, de ler em qualquer lugar. Desses tópicos o que mais me chamou atenção foi o de ler qualquer coisa. Como leitora, nem todo dia estou disposta a refletir sobre a profundeza do instante da leveza do ser. Há momentos que leio apenas para entretenimento, para distrair, para passar o tempo... sei lá. Pego um gibi do Donald, da Mônica e Cebolinha, ou mesmo uma revistinha Júlia e leio. Isso me torna uma leitora menos requintada?Afinal, que critério é este que torna uma pessoa mais ou menos requintada? Leitora é leitora, e quem diz o contrário vejo que está aí imbuído é de uma grande carga de preconceito. Tudo bem, até admito que quem ler mais traz em sua bagagem janelas de entendimentos que um leitor menos freqüente não tem. Mas isso não torna ninguém superior ou inferior ao outro. Tive a sorte de ter tido a oportunidade de ler desde muito cedo. Nasci num ambiente em que os livros eram presenças constantes. Presenciei meu pai, minha mãe e tios lendo muito, diariamente, e isso tudo contribuiu para que me tornasse uma leitora voraz. Pelo menos é assim que me classificam. Eu não me taxo como uma leitora tão voraz assim, na verdade gostaria de poder ler mais do que normalmente leio. Mas, enfim, essa é apenas uma opinião.
Outro tópico que gostei muito foi o de ler em qualquer lugar. Adoro ler no banheiro. Não estou sozinha. Tenho algumas amigas e também amigos que têm em seus banheiros um kit leitura, com livros, gibis e revistas. A Janete, por exemplo, que tem o banheiro grande, chega ao cúmulo de ter um pequeno armário com livros. Quando vou à sua casa, faço a festa, sinto-me uma rainha. Esqueço da vida e nem preciso estar utilizando propriamente o vaso sanitário. É muito bom.
Ela brinca dizendo que dependendo do seu estado intestinal é que faz a escolha da obra
para ser lida enquanto estiver no trono. A variedade de sua biblioteca é grande. Se pode encontrar romances sentimentais, de polícia, históricos, livros de reflexões diárias, de auto-ajuda, Shakespeare, Voltaire, Drummond, Bilac, Cecília, além, é claro, das revistinhas como Tio Patinhas, Donald, Cebolina e Mônica, Superman, entre outros .... a lista é grande. Um verdadeiro paraíso. O melhor de tudo é que a família toda já aderiu à sua proposta: os dois filhos em idade escolar, ela e o novo marido lêem naquele ambiente. O problema é quando os dois banheiros (sim, há dois. É preciso) estão ocupados. A porta quase é derrubada na ânsia de utilizar o trono.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carlinha
Estou adorando seu diário. Muito legal mesmo. Parabéns!!!
beijos,

Ka